Em matéria de abstenção e chapeladas eleitorais a RAM está no topo do ranking do país. O último ato eleitoral não foi exceção já que a abstenção atingiu os 51%, ou seja, mais de metade dos madeirenses e Portosantenses com direito a voto não foram contribuir para a eleição do principal órgão político da Região.
Uma das razões que explica estes números é a desatualização dos cadernos eleitorais, já que constam mortos e emigrantes nas listas, lembrando que esta é a melhor via de se executar fraudes eleitorais nas mesas de voto não fiscalizadas por elementos de vários partidos. Ora, perguntamos, se não existe interesse em se adulterar resultados, então por que motivo que os cadernos eleitorais não são corrigidos? Quem nos deu a resposta a essa pergunta foi o próprio António Fontes, advogado, ex-militante da JSD e irmão de dois ex-secretários regionais de Jardim, que confessou ter participado em 1980 numa aldrabice eleitoral para que fosse Soares Carneiro a ganhar as eleições presidenciais da época. A marosca consistia em fazer cruzinhas em boletins de voto e ir descarregando nos cadernos eleitorais, usando a abstenção, os emigrantes e os mortos a favor do PSD. Portanto, é com estas e outras artimanhas que o PSD tem conseguido trinta e sete anos de maiorias absolutas.
Isto tudo aliado ao triste espetáculo da CNE que primeiro retira a maioria absoluta ao PSD para depois atribuí-la novamente passado umas horas, contando também com a decisão do Tribunal Constitucional da não recontagem total dos votos. Enchem as pessoas de suspeita e não admira a falta de credibilidade por parte dos cidadãos no sistema democrático.
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on 30/03/2015